quinta-feira, 20 de novembro de 2008

A outra metade

Não sei se posso dizer,

visto que apenas pensar,

foi tudo que eu fiz querer,

pelo teu jeito de olhar.



Quando me olhas menina,

com esse teu olhinho,

penso no amor infindo,

que mantenho como sina



Para Maria,

que no dia de Nazaré veio ao mundo tão faceira,

cresceu e hoje altaneira me serve como mulher.

Beto Buarque/

Chega

Faz algum tempo, escrevi este poema que traduzia a irreverência com que eu enfrentava os desatinos dos Ibamenhos (Os fiscais do Ibama) Hoje, cumprindo uma gestão cíclica de “atrapalhar para não prosperar”os sumanos devem ser novamente agraciados. Aproveito para fazer aqui um homenagem ao nosso prestigioso Paulo Praia, que mesmo vilipendiado em seus direitos, continua a gloriosa missão de fazer prosperar a fauna a despeito dos saques das forças legalistas.Naquela época, eu dizia aos pares dos valoroso grupos de criação nacionais.

Diante das últimas presepadas nacionais, resolvi de forma definitiva e inapelável, ir-me embora para Argentina.
Beto Buarque/Pa

Vou morar na Argentina.
Lá posso criar passarinhos,
sem desmandos,
sem atropelos,
sem os desmedidos desvelos,
de autoridades legais.

Lá posso fazer gaiolas do tamanho que quiser,
Criar eu e meus meninos e também minha mulher.
Ser gente não CPF,
Ser ouvido, ser cheirado
Receber muito obrigado
Por que pagamos pra isso.

Lá tenho o amigo Juan,
O Pingüim que é Presidente
E muita gente importante
Até Pibe “cheirante.”

Na Argentina não tem disso
De mudar regras do jogo
Em plena peleja andante.

Lá não tem gente tão fraca
Que esperando na estaca
Não vê o bicho cantar.

Vou-me embora pra Argentina
Criar Curió do mato
E Fazer as rodas de fibra

Largar de mão povo chato,
Que vai de pouco,
Aos pouquinhos,

Acabando com aquele,
Que cria seus passarinhos.

Se...

Se fustigarem nossos sonhos, resistiremos!
Se acorrentarem nossas idéias, também resistiremos.

Se cometerem os mais impensáveis desatinos,
contra o nosso direito de opinar, ainda assim resistiremos.

Mas se nos cercearem o lídimo direito ao encantamento
e ao enlevo que nos proporcionam os desejos que
acalentamos nos momentos em que sem nada pra fazer,
nos entregamos ao puro devaneio, por apenas um
momento que seja; aí declararemos uma guerra sem
quartel, em todos os quadrantes em que a humanidade
possa haver, e tal as grandes árvores da floresta,
morreremos de pé se for preciso, feito que não basta a
luta que haveremos de lutar, é preciso que o outro saiba
que os ideais de liberdade não se aprisionam.

Um abraço do Beto Buarque/PA